A agenda global para um mundo zero carbono

O desafio da neutralização das emissões líquidas de CO2 requer grandes e complexas transformações, especialmente nas áreas urbanas.

Autor
Observatório Sistema Fiep - 14/04/2022

Evidências científicas apontam que, para que se possa limitar o aquecimento global a 1,5° C, é preciso reduzir a zero as emissões líquidas de CO2 até o ano de 2050. Para que isso aconteça, serão necessárias transições rápidas e de grande amplitude em quatro sistemas interconectados: energia, terra, industrial e urbano e infraestrutura (incluindo as construções e transporte).

É possível zerar as emissões líquidas de CO2 se todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) causadas pelo homem atingirem equilíbrio com a remoção de gases da atmosfera (remoção de carbono). Para que isso seja possível, é necessária uma descarbonização profunda e grandes transformações em todos os aspectos das atividades humanas. Neste sentido, as áreas urbanas se apresentam como um ponto crítico na diminuição dos impactos das mudanças climáticas por 3 motivos:

  1. Atualmente, as emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa das áreas urbanas correspondem a uma área significativa do total de emissões.
  2. Há previsão de que as emissões urbanas futuras de GEE aumentem em razão das tendências de crescimento populacional e do consequente crescimento nas áreas urbanas.
  3. As áreas urbanas têm um papel essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, pois a vida útil das construções e da infraestrutura de transporte é longa. Toda a estrutura deste entorno, como uso do solo, tamanho de quarteirões etc. criam alguns bloqueios de carbono que não são facilmente alterados.

A neutralidade de carbono pode ser alcançada por uma combinação que envolve redução de uso de energia e recursos, redução de desperdícios e aumento das reservas de carbono. Paralelamente, deve-se melhorar a habitabilidade humana levando em consideração as restrições ambientais locais e globais.

Os governos podem, ao mesmo tempo em que oferecem moradias, empregos e serviços, fazer a integração com os planos de redução de emissões líquidas de CO2. Na Espanha, uma iniciativa chamada Estratégia para a Transição Justa criou um processo participativo que garante que, ainda que empreendimentos voltados ao setor de combustíveis fósseis encerrem suas atividades, os seus trabalhadores tenham garantias de proteção contra o desemprego. Também são previstos treinamentos para quem trabalha em usinas termelétricas a carvão, de modo que eles possam ser reempregados em novas oportunidades.

 

Fontes

From low- to net-zero carbon cities: The next global agenda. Disponível em: <https://www.annualreviews.org/doi/pdf/10.1146/annurev-environ-050120-113117>

Uma transição justa para um mundo zero carbono é possível; saiba como. Disponível em: <https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/uma-transicao-justa-para-um-mundo-zero-carbono-e-possivel-saiba-como>

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