Brasil na COP27
Quais temáticas o país leva para serem debatidas na conferência de 2022
No dia 06 de novembro teve início a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP27. O evento, que recebe no Egito representantes de governos, do setor privado e a sociedade civil, vai até o dia 18 de novembro. A realização da COP é feita pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, composta por 196 países e criada em 1992. Tem como objetivo o estabelecimento de compromissos globais para combater o aquecimento global frente aos problemas e efeitos que se intensificaram nas últimas décadas. O Brasil enviou este ano a segunda maior delegação do evento, com 574 participantes.
Em um país biodiverso como o Brasil, as crises climática e de perda de biodiversidade estão intrinsicamente ligadas. Nesse sentido, a Amazônia surge sempre como uma pauta bastante relevante. Na COP27 há um Consórcio dos Governadores da Amazônia Legal, com espaço próprio para tratar de agendas subnacionais como bioeconomia e agricultura de baixo carbono. A ideia é que a iniciativa ajude a atrair financiamento climático para o impulsionamento da nova economia da Amazônia. Com o desmatamento constante e crescente dos últimos anos, apenas combater a prática não será suficiente: é preciso que haja a promoção de uma nova bioeconomia, com geração de renda e emprego e agregação de valor e lucro aos processos produtivos.
O bioma do cerrado também foi alvo de reflexões durante a conferência. Um estudo inédito sobre a redução das vazões dos rios do Cerrado, desenvolvido pelo geógrafo Yuri Salmona, foi apresentado no dia 10/11. Segundo a pesquisa, os rios do cerrado, que são responsáveis por grande parte do abastecimento hídrico e da geração de energia elétrica do país, sofreram perda de 15,4% da sua vazão em decorrência dos desmatamentos e das mudanças climáticas entre 1985 e 2022.
Nesse contexto, o debate sobre financiamento climático de países mais ricos para os mais pobres é um dos mais importantes. É necessário que estes sejam capazes de reduzir as emissões de gases de efeito estufa sem comprometer a própria economia. No ano de 2009, participantes da COP estabeleceram o compromisso de criar um fundo anual de U$100 bilhões até 2020. No entanto, esse aporte nunca aconteceu. Mais de uma década depois, os impactos das mudanças climáticas estão mais claros e mais graves. Carecem, mais do que nunca, de ações e metas concretas, bem direcionadas e que tenham um aporte financeiro real capaz de sustentar as modificações necessárias para que seja possível superar com mais ferramentas as crises climáticas que enfrentamos e que enfrentaremos. O Brasil, levando em consideração sua biodiversidade e sua importância econômica e geopolítica, deve ser não somente um recebedor de financiamento, mas articulador dos mecanismos de suporte financeiro entre países ricos e nações mais vulneráveis.
Acesse o Painel de Indicadores de Mudanças Climáticas de Curitiba: https://paineldemudancasclimaticas.org.br/
Fontes
Qual Brasil vai para a COP27, conferência do clima da ONU.
Disponível em:
CO27: Brasil pode articular ajuda a países vulneráveis às mudanças climáticas, diz pesquisador.
Disponível em:
COP27: Brasil tem 2ª maior delegação e países mandaram mais homens do que mulheres.
Disponível em:
3 temas que interessam o Brasil na COP27.
Disponível em:
https://www.wribrasil.org.br/noticias/3-temas-prioridades-brasil-cop27
COP27: cerrado desmatado pode reduzir águas nos rios em 1/3 e afetar geração de energia, indica estudo.
Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63562381
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