A interação entre IA e mudanças climáticas

IA oportuniza ferramentas para desenvolver novas tecnologias de energia limpa, melhorar a eficiência energética e prever eventos climáticos extremos

Observatório Sistema Fiep - 05/02/2024

A inteligência artificial é um campo da ciência da computação que se dedica à pesquisa e ao desenvolvimento de máquinas e programas computacionais capazes de replicar o comportamento humano na tomada de decisões e na execução de tarefas, desde as mais elementares até as mais intrincadas. É comumente referida pelas siglas IA ou AI (em inglês, artificial intelligence). As tecnologias baseadas em IA propiciam habilidades até então inéditas ao processar enormes volumes de dados, extrair conhecimentos relevantes e aprimorar modelos preditivos. Assim sendo, podem auxiliar comunidades e governos no desenvolvimento de planejamento para enfrentar as mudanças climáticas, elaborando estratégias eficazes de adaptação, controle e mitigação.

A interação entre IA e mudanças climáticas é uma questão complexa e multifacetada. Ela oportuniza ferramentas inovadoras, e tem o potencial de ser uma força transformadora na luta contra as mudanças climáticas, bem como na análise de dados para a formulação de políticas públicas voltadas à sustentabilidade. Com atuação e envolvimento em vários setores, modelos avançados de IA conseguem antever padrões climáticos de forma precisa, auxiliando no planejamento e resposta a eventos extremos. No setor energético, a IA tem sido essencial para otimizar a eficiência energética e fomentar o desenvolvimento de fontes de energia renováveis. Na agricultura, ela pode elevar a produtividade, monitorar o solo e minimizar o impacto ambiental. E, para o monitoramento ambiental, a IA é uma ferramenta inestimável para analisar dados e orientar políticas de sustentabilidade eficazes, podendo otimizar as cadeias de abastecimento, reduzir desperdício, e promover processos de fabricação sustentáveis. Além disso, pode aprimorar o planejamento urbano, gestão de tráfego e resíduos, contribuindo para tornar as cidades mais sustentáveis e habitáveis.

A gigante da tecnologia IBM e a NASA uniram esforços para desenvolver uma Inteligência Artificial (IA) destinada à análise de dados das missões científicas, prevendo áreas de maior risco no futuro e planejando onde concentrar esforços de adaptação. Essas empresas, em parceria com a HuggingFace criaram uma plataforma de IA, de código aberto, que acelera a análise de imagens de satélite, permitindo que usuários, por meio da colaboração ativa, mapeiem extensões de inundações e incêndios florestais, rastreiem o desmatamento, prevejam a produção agrícola ou monitorar gases de efeito estufa. Com esta parceria, as comunidades e governos, podem implementar soluções mais efetivas e ágeis para o combate às mudanças climáticas.

A cleantech Bion, uma empresa dedicada a desenvolver soluções para incentivar o engajamento de pessoas no combate a crise climática cotidiana, criou a primeira ferramenta de inteligência artificial do Brasil orientada à educação climática, denominada de ClimAI (https://www.climai.org/). A plataforma utiliza a API do ChatGPT, e se apoia no “conhecimento” do robô americano. A plataforma tem uma diversidade de conteúdos sobre meio ambiente, ciências do clima, natureza, mobilidade, reciclagem, adotando o conceito de “solução baseada em pessoas”, para incentivar mudanças nos padrões de comportamento, consumo e estilo de vida. Inclusive, a plataforma, com o poder da IA pode calcular a pegada de carbono pessoal ou empresarial, fornecendo orientações e sugestões para melhorar o desempenho ambiental, social e de governança (ESG). Em breve, também realizará análises de sustentabilidade e oferecerá assistência, para reduzir os impactos ambientais de eventos, produtos, viagens, transporte e logística, além de projetos socioambientais

No entanto, o crescimento da IA tem um efeito negativo relevante, invisível aos olhos. A crescente demanda por processamento de dados e modelos de IA mais complexos, sofisticados e potentes está resultando em um considerável aumento do consumo de energia e, consequentemente, nas emissões de gases de efeito estufa (GEE). Contudo, a própria inteligência artificial emerge como a solução para o problema gerado pelo seu avanço. Portanto, é imprescindível buscar um equilíbrio entre inovação tecnológica e responsabilidade ecológica.

REFERÊNCIAS

O papel da Inteligência Artificial na abordagem da crise climática

https://www.gazetarural.com/o-papel-da-inteligencia-artificial-na-abordagem-da-crise-climatica/

Como a inteligência artificial pode ajudar a combater a mudança climática?

https://news.un.org/pt/story/2023/11/1823252

Herói ou vilão? O papel da inteligência artificial na crise climática

https://www.insper.edu.br/noticias/heroi-ou-vilao-o-papel-da-inteligencia-artificial-na-crise-climatica/

Como NASA e IBM querem usar IA para combater mudanças climáticas

https://gizmodo.uol.com.br/como-nasa-e-ibm-querem-usar-ia-para-combater-mudancas-climaticas/

IBM and NASA open source the largest geospatial AI foundation model on Hugging Face

https://research.ibm.com/blog/nasa-hugging-face-ibm

A IA é a realidade que não bate à porta. Ela já entrou.