Plataforma SIRENE 

Ferramenta gratuita para coleta de inventários de emissões GEE

Autor
Observatório Sistema Fiep - 22/12/2023

As emissões de gases de efeito estufa (GEEs) desempenham um papel crucial na compreensão e resolução da crise climática. Embora a maioria dessas substâncias seja liberada naturalmente, as atividades humanas têm contribuído significativamente para um aumento tanto na quantidade quanto na concentração desses gases na atmosfera. Essa elevada concentração, por sua vez, resulta em efeitos adversos no clima, como o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, tais como inundações, secas e furacões, impactando milhares de pessoas e acarretando elevados prejuízos econômicos. Considerando as atuais promessas de redução de emissões, o mundo se encaminha para um aquecimento de 2,7 °C até o final do século em comparação aos níveis pré-industriais. Os principais GEEs são o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso, cada um com diferentes períodos de persistência na atmosfera, variando de mil anos para o CO2, uma década para o metano e aproximadamente 120 anos para o óxido nitroso. 

O carvão, o petróleo e o gás natural continuam a ser fontes predominantes de energia em muitas partes do mundo. Esses combustíveis, compostos principalmente por carbono, liberam CO2 incolor e sem cheiro quando queimados para geração de eletricidade, transporte ou aquecimento. Atividades como a extração de petróleo e gás, a mineração de carvão e os aterros sanitários contribuem com 55% das emissões de metano causadas pela atividade humana. Adicionalmente, aproximadamente 32% desse metano é atribuível a animais como vacas, ovelhas e outros ruminantes, que fermentam alimentos em seus estômagos. Para mitigar as emissões de GEEs, torna-se imperativo realizar a transição para fontes de energia renovável, implementar a precificação do carbono e eliminar gradualmente o uso do carvão. 

Durante a COP28 em Dubai, o setor produtivo brasileiro destacou a relevância de elaborar inventários de emissões de GEE. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o CDP (Carbon Disclosure Project) destacaram a necessidade de identificar as principais categorias emissoras em cada empresa para elaborar estratégias de mitigação e para a possibilidade de comercialização de créditos de carbono. Empresas públicas, privadas e do terceiro setor têm a oportunidade de encaminhar ao governo federal detalhes sobre as emissões de gases de efeito estufa originadas por suas atividades, assim, estabelecendo uma base de dados robustos no setor para impulsionar o processo de descarbonização no país. Os relatórios são sujeitos a verificação por auditoria independente, metodologias internacionais e abrangem as emissões no território brasileiro. A coleta de dados ocorre por meio da plataforma do Sistema de Registro Nacional de Emissões, conhecido como "Sirene Organizacionais".  

Acesse pelo link: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/sirene 

A utilização da plataforma SIRENE Organizacionais, que é um sistema computacional desenvolvido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), tem como principal objetivo disponibilizar os resultados do Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal. Essa ferramenta é disponibilizada gratuitamente, exigindo que o usuário realize um cadastro, com um prazo definido para a submissão dos relatórios e só estarão disponíveis para visualização na plataforma após serem validadas. A missão do SIRENE não se limita apenas a conferir segurança e transparência ao processo de elaboração de inventários de emissões de GEE, mas também a servir como suporte à tomada de decisão em políticas, planos, programas e projetos na área de mudanças climáticas. Isso abrange a geração de conhecimento científico e a adoção de medidas de mitigação. Atualmente, no SIRENE pode-se acessar a série temporal de emissões referente aos últimos resultados publicados no Inventário Nacional, sendo possível realizar consultas e exportar os dados dos gráficos e tabelas em diferentes formatos. De acordo com os desenvolvedores da plataforma, o SIRENE Organizacionais poderá ser ajustado para inclusão de novos questionamentos, indicação de novas metodologias para contabilização de emissões ou arquivos que comprovem a integridade e confiabilidade dos cálculos. Um Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a CNI prevê um plano de capacitação para utilização da plataforma SIRENE. 

Em Curitiba podemos simular cenários via metodologia do PIMCC - https://paineldemudancasclimaticas.org.br/simulador/index  

É sabido que uma adaptação planejada e adequada dos centros urbanos pode ajudar a conter os danos na infraestrutura e, por consequência, reduzir o impacto dos eventos extremos no bem-estar da comunidade. 

  

Acesse o Painel de Indicadores de Mudanças Climáticas de Curitiba:https://paineldemudancasclimaticas.org.br/ 

 

Fontes 

 

Você sabe como os gases de efeito estufa aquecem o planeta? 

Disponível em: https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/reportagem/voce-sabe-como-os-gases-de-efeito-estufa-aquecem-o-planeta 

 

COP28: Para setor produtivo, SIRENE Organizacionais impulsiona engajamento das empresas 

Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2023/12/cop28-para-setor-produtivo-sirene-organizacionais-impulsiona-engajamento-das-empresas 

 

SIRENE 

Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/sirene 

 

Governo cria plataforma para empresas informarem emissões de gases de efeito estufa 

Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/energia/governo-cria-plataforma-empresas-informarem-emissoes-gases-efeito-estufa/ 

 

Painel de Indicadores de Mudanças Climáticas de Curitiba 

Disponível em: https://paineldemudancasclimaticas.org.br/simulador/index  

 

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