A ECONOMIA AZUL

O Futuro Sustentável nos Oceanos

Autor
Observatório Sistema Fiep - 08/03/2024

Os oceanos representam um recurso natural vital para a humanidade e envolvem diversos setores que vão dos mais tradicionais, como a produção pesqueira e a aquacultura, o transporte marítimo, a construção naval e os sistemas portuários, passando pela exploração e produção de óleo e gás, chegando até as energias renováveis, a biotecnologia e o turismo. Embora muitas vezes subestimada, sua importância para o clima global, mais especificamente para o ciclo hidrológico e para o regime de ventos em vastas áreas continentais, é significativa, afetando áreas como agricultura e geração de energia. Esse vasto potencial, requer uma abordagem integrada para o desenvolvimento sustentável.

A economia azul é um conceito desenvolvido para se referir ao uso sustentável dos recursos proporcionados pelos oceanos. Assim, pode-se promover o uso sustentável dos recursos marinhos, permitindo o desenvolvimento econômico sem prejudicar os ecossistemas. A “Iniciativa da Economia Azul Sustentável” do PNUMA (Programa para o Meio Ambiente da ONU), busca gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais sustentáveis nos limites dos oceanos e das zonas costeiras.

O conceito “economia azul”, surgiu com o economista belga Gunter Pauli, que foi o primeiro a escrever sobre esta ideia em 2009, no seu livro intitulado “The Blue Economy”. Na obra, o autor enfatiza um modelo econômico que prioriza o respeito ao meio ambiente. É importante diferenciar a economia azul, ou seja, todas as atividades relacionadas com os oceanos e mares, e a economia azul sustentável, que busca aproveitar todos os benefícios gerados pelos oceanos, transformando essas alternativas em vantagens econômicas, mas sem comprometer a proteção desse rico ecossistema.  A economia azul pretende proporcionar um novo sistema econômico longe do conceito de usar e jogar fora os recursos que a natureza nos oferece. É, portanto, imprescindível para a sensibilização sobre a importância dos recursos dos oceanos e mares para além da pesca e do turismo.

Os oceanos, são o maior ecossistema do mundo, que cobre 70% da superfície terrestre, fornece 50% do oxigênio que respiramos e é o maior depósito natural de carbono, entretanto ainda é necessário conhecer mais claramente esses ecossistemas para conseguir conservá-los. Segundo a Agenda 2030, da ONU, 40% dos oceanos estão sendo prejudicados pelas atividades humanas, incluindo desde a pesca predatória até a poluição desses ecossistemas. Isso está deteriorando a capacidade dos oceanos de se manterem saudáveis, além de afetar a vida de milhões de organismos e microrganismos que neles vivem.

As comunidades costeiras são as primeiras a sofrerem os impactos de uma economia marítima insustentável, seja pela escassez de alimentos provenientes do mar, ou pela poluição. No entanto, se não forem tomadas medidas adequadas, esses danos se estenderão a todos, provocando mudanças climáticas cada vez mais severas e problemas que vão além das águas. O espaço marítimo brasileiro é usado para muitas finalidades, desde a exploração de recursos que resultam em produção de petróleo e gás até operações portuárias responsáveis pelo comércio exterior de grãos, açúcar e minérios. No Brasil, a extensa costa e as vastas áreas de mar territorial são também uma questão estratégica de segurança nacional, pois, para proteger, monitorar, ocupar e explorar, o Brasil necessitará de investimentos em embarcações, plataformas de apoio para monitoramento, ferramentas para simulação de processos físicos, químicos e geológicos, além de conhecimento científico para proteção e exploração sustentável.

Para alcançar todos os objetivos em termos de uma Economia Azul plenamente sustentável é primordial superar alguns desafios e construir um ecossistema autossustentável. Entre os principais desafios existentes hoje para a conquista desse objetivo, está a dificuldade de reverter as rápidas e profundas degradações dos recursos oceânicos provocadas por processos insustentáveis. Portanto, em um mundo orientado pela economia linear, que nos aproxima de um ponto sem volta na degradação do planeta devido à exploração massiva dos recursos naturais e a geração de resíduos, o equilíbrio ecológico torna-se a única forma possível de reverter a mudança climática. Tão importante quanto leis e regulamentos, é o fortalecimento de instituições nacionais e internacionais para a governança, e o favorecimento da cooperação e integração entre elas, além do fortalecimento e estabelecimento de regulamentos internacionais, considerando medidas necessárias a serem adotadas tanto dentro como em áreas fora de jurisdições nacionais.

 

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Fontes

 O guia completo da economia azul: tudo o que você precisa saber!

Disponível em: https://www.wilsonsons.com.br/pt-br/blog/economia-azul/

 

Promover a economia azul sustentável, resiliente e inclusiva

Disponível em: https://www.unep.org/pt-br/explore-topics/oceans-seas/what-we-do/promover-economia-azul-sustentavel-resiliente-e-inclusiva

 

O que é a economia azul e por que ela é importante para a América Latina

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw9w57ndqwno

 

O que é a economia azul e por que ela é tão importante?

Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/o-que-e-a-economia-azul-e-por-que-ela-e-tao-importante

 

Economia Azul

Disponível em: https://coppe.ufrj.br/economia-azul/

 

Economia Azul: o caminho para eficiência econômica, social e ambiental das atividades produtivas baseadas nos oceanos

Disponível em: http://www.realp.unb.br/jspui/handle/10482/40096

 

WWF. Principles for a sustainable Blue Economy. WWF Baltic Ecoregion Programme.

Disponível em: https://unctad.org/system/files/non-official-document/ditc-ted-oceans-wwf-blue-economy-2016.pdf

 

PNUMA - Programa para o Meio Ambiente / ONU

Disponível em: https://www.unep.org/pt-br

 

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