As descobertas de 2022 sobre mudanças climáticas
E o que elas nos dizem sobre o planeta que encontraremos no futuro próximo
O ano de 2022 revelou descobertas científicas sobre os possíveis impactos da crise climática para o planeta e sobre formas de mitigar seus efeitos. Também foi marcado por encontros entre lideranças que culminaram em definições importantes relacionadas ao enfrentamento das mudanças climáticas e pelo lançamento de relatórios que consolidam aspectos cruciais para embasar as tomadas de decisões dentro dos próximos anos.
O relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado no início de abril, indicou que para que o mundo consiga limitar o aquecimento a 1,5ºC estabelecido no Acordo de Paris de 2015, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) precisam parar de crescer até 2025, para depois cair 43% até 2030 (em comparação ao ano de 2019). No entanto, os esforços continuam aquém do necessário para chegar à meta, e um relatório elaborado pela ONU em outubro aponta que até o final do século a temperatura do planeta pode aumentar entre 2,1ºC e 2,9ºC, muito acima da meta do Acordo de Paris. Dos 193 países que acordaram em intensificar as ações para combater o aquecimento global, somente 26 apresentaram avanços.
O mês de novembro foi marcado pela 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, sediada no Egito. No encontro, um dos temas mais relevantes foi a criação de um fundo de perdas e danos. Os países mais pobres são os que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, pois têm menos recursos à disposição para lidar com secas, enchentes e demais catástrofes que se intensificaram nos últimos anos. No entanto, os países doadores exigem que sejam estabelecidas regras para o financiamento e que haja alinhamento com as metas do Acordo de Paris.
Outra temática recorrente nas discussões recentes sobre crise climática é a transição de fontes de energia poluentes para fontes de energia limpas. A diminuição dos GEE é incompatível com a atual infraestrutura baseada em combustíveis fósseis e a substituição exige altos investimentos para que as emissões sejam reduzidas. Recentemente, uma iniciativa foi criada para auxiliar o financiamento da transição energética em países em desenvolvimento, por meio de acordos da Associação para a Transição Energética Justa (ATEJ). Desde 2021, três acordos foram firmados com a África do Sul, Indonésia e Vietnã de forma a acelerar o acesso aos objetivos estabelecidos pela ONU para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Os desafios para o futuro próximo são muitos e de alta complexidade. As ações, decisões e investimentos nos anos a seguir irão definir o quão grave serão os impactos das mudanças climáticas para o planeta. O ano de 2022 revelou que é imprescindível que sejam produzidas informações científicas e que elas sejam disseminadas para ajudar a estabelecer quais serão os próximos passos em termos de políticas públicas e de mudanças de comportamento, coletivas e individuais.
Acesse o Painel de Indicadores de Mudanças Climáticas de Curitiba: https://paineldemudancasclimaticas.org.br/
#MudançasClimáticas #ClimateChange
Fontes
ONU: países estão longe do prometido para conter crise climática
Disponível:
6 conclusões do relatório do IPCC de 2022 sobre mitigação das mudanças climáticas
Disponível em:
COP 27: o que ficou de dentro e o que ficou de fora do acordo
Disponível em:
Os países que receberão bilhões de dólares para deixar de usar combustíveis poluidores.
Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64083487