A evolução do plástico na história

De que forma ele se popularizou como uma solução para problemas ambientais e econômicos e hoje é um dos principais desafios para a preservação do meio ambiente e da saúde humana

Autor
Observatório Sistema Fiep - 18/07/2022

A descoberta do plástico foi revolucionária, pois pela primeira vez o ser humano conseguiu criar materiais e produtos sem o uso de matéria-prima fornecida pela natureza, como madeira, metal, pedra, osso, presa e chifre. O primeiro polímero sintético foi inventado em 1869 por John Wesley Hyatt, como uma forma de substituir o marfim natural, obtido por meio do abate de elefantes. Hyatt tratou a celulose, derivada da fibra de algodão com cânfora, e descobriu um plástico moldável em variedades de formas que imitariam materiais naturais, como casco de tartaruga, chifre, linho e marfim, resultando em um aperfeiçoamento do celuloide. Naquele momento, a descoberta ajudou tanto as pessoas quanto o meio ambiente, sendo o celuloide anunciado como salvador do elefante e da tartaruga. Além disso, a criação dos materiais sintéticos viria a solucionar em parte as restrições sociais e econômicas impostas pela escassez dos recursos naturais. O celuloide barato, portanto, tornou a riqueza material mais difundida e acessível.

Com a Segunda Guerra Mundial, houve a necessidade de expansão da indústria de plásticos nos Estados Unidos, e as alternativas sintéticas, como o nylon e a seda foram utilizadas durante o período para produzir paraquedas, cordas, coletes etc. Durante a guerra, a produção de plástico aumentou 300% e continuou a crescer depois disso, ocupando o lugar do aço nos carros, papel e vidro nas embalagens e madeira nos móveis.

No entanto, a reputação do plástico caiu nas décadas seguintes, sendo que, em 1970 e 1980, o fato de o plástico ser descartável, mas durar “para sempre” passou a ser questionado. As consequências decorrentes da ampla utilização dos plásticos têm sido bastante divulgadas nos últimos anos: contaminação dos solos, rios e oceanos, causando danos à natureza e aos animais; microplásticos sendo ingeridos pelos seres humanos e por outros animais; o fato de que o plástico leva centenas de anos para se decompor e, durante esse período, causa inúmeros danos ao meio ambiente.

Hoje, acredita-se que a solução para os problemas causados pelo uso dos plásticos não virá de uma só fonte. Existem pesquisas que buscam tornar o plástico um material mais seguro e sustentável. Há o desenvolvimento de bioplásticos, que são produzidos a partir de fontes renováveis de biomassa - ao invés de fontes fósseis, bem como outras iniciativas que visam transformar o plástico em produto biodegradável. Há projetos que trabalham com a limpeza de plásticos dos oceanos, bem como iniciativas para aperfeiçoar a coleta dos resíduos e dos sistemas de reciclagem, reformulando produtos de forma a eliminar embalagens feitas de plásticos não recicláveis, dentre outras medidas.

No entanto, embora existam muitas iniciativas, o futuro da economia do plástico ainda está fortemente ligado à redução do desperdício e à necessidade de aumentar as taxas de reaproveitamento desse material. Hoje, cerca de 40% do plástico fabricado é utilizado em embalagens descartáveis. Assim, torna-se imprescindível desenvolvermos um pensamento crítico em relação a este material e pensarmos na forma como o plástico é fabricado, utilizado e descartado.  

 

Fontes

History and future of plastics. Disponível em: <https://www.sciencehistory.org/the-history-and-future-of-plastics>

Poluição por plástico é um problema grave – mas ainda não é tarde demais para solucioná-lo. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2020/10/poluicao-por-plastico-e-um-problema-grave-mas-ainda-nao-e-tarde-demais>


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