Equidade de gênero e mudanças climáticas

Promover a participação feminina na agenda do clima é crucial para o enfrentamento da crise climática

Autor
Observatório Sistema Fiep - 15/03/2023

A desigualdade de gênero é revelada quando se identifica que as mulheres têm maiores índices de pobreza, tanto em termos financeiros quanto de disponibilidade de tempo. O gênero feminino é sobrecarregado pelo trabalho não remunerado e de cuidados (segundo estudos da Oxfam, 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado do mundo é realizado por mulheres). Outros sinais de desigualdade são: precarização na inserção no mercado de trabalho, menor representação nos espaços de tomada de decisão, discriminação e violência de gênero e acesso limitado a recursos econômicos e tecnológicos. Quando esses fatores são somados à crise climática que estamos vivenciando, meninas e mulheres são novamente as mais afetadas, em especial as que já fazem parte de grupos marginalizados, como negras e periféricas.

 Para que seja capaz de avançar nas temáticas ambientais, a sociedade precisa se mostrar equilibrada em termos de oportunidades e de qualidade de vida. Nesse sentido, atingir a igualdade de gênero, (bem como de raça e de classe, é essencial para garantir a justiça climática das gerações de agora e futuras. Uma pesquisa realizada em 2017 associou a média de anos das meninas em ambiente escolar e os índices de resiliência a desastres ambientais. Os países onde as meninas não vão à escola ou não terminam os estudos apresentam maior crescimento populacional, o que demonstra falta de planejamento familiar e de controle sobre a vida reprodutiva. Quanto maior for a escolaridade feminina, maior a ascensão e as oportunidades apresentadas a elas, quebrando ciclos de pobreza e, consequentemente, a vulnerabilidade a desastres ambientais.

 A promoção da participação feminina na agenda do clima também é crucial para que se tenha uma perspectiva completa das possibilidades de enfrentamento da crise. Para que isso seja possível, é imprescindível uma educação crítica e emancipatória relacionada ao meio ambiente e amparada pela ciência. Como ação estratégica é necessário aumentar a diversidade dos participantes da governança climática no Brasil. Esta é uma forma de garantir que a política climática seja mais efetiva e atenta à realidade da população (considerando suas diferentes vulnerabilidades e contribuições).

  

Acesse o Painel de Indicadores de Mudanças Climáticas de Curitiba: https://paineldemudancasclimaticas.org.br/

 Fontes

 A igualdade de gênero pode ajudar a combater a crise climática

Disponível em:

https://lunetas.com.br/igualdade-de-genero-crise-climatica/

 

Os principais impactos da inação sobre a mudança do clima na dimensão de gênero

Disponível em:

https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/46643/1/S2000925_pt.pdf

 

Como as mudanças climáticas atingem as mulheres

Disponível em:

https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2022/Como-as-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas-atingem-as-mulheres

 

Equidade de Gênero nos espaços de governança climática

Disponível em:

https://generoeclima.oc.eco.br/equidade-de-genero-nos-espacos-de-governanca-climatica/

  

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