Paulo Nobre palestra sobre mudanças climáticas em Curitiba

Climatologista fala em Diplomacia do clima como um reflexo da consciência global para a crise climática

Autor
Observatório Sistema Fiep - 01/02/2023

O climatologista Paulo Nobre esteve em Curitiba no dia 28/01 para a Oficina Verde, que acontece em meio à programação da 40ª Oficina de Música de Curitiba, onde proferiu a palestra “Aquecimento global, florestas e clima no Antropoceno”. Nobre é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e reconhecido internacionalmente por seus estudos climáticos voltados ao aquecimento global. Durante a palestra, o cientista tratou a crise climática sob uma perspectiva complexa e interdisciplinar e afirmou que o futuro depende das ações e decisões tomadas hoje e se apresenta em duas possibilidades: um planeta injusto e inseguro ou um planeta justo e seguro.

Para o pesquisador, a emergência da gravidade da crise climática é tão grande que não é possível permanecermos da forma como estamos atualmente. Nesse sentido, a preservação das florestas surge como uma grande prioridade, pois elas possuem os elementos essenciais para a estabilidade climática do planeta Terra. Tanto as florestas quanto os oceanos, por meio de processos naturais, absorvem 55% de CO2 e assimilam, desta forma, o calor extra decorrente do aquecimento global. Essa “compensação”, no entanto, tem consequências, que já são bem conhecidas, a exemplo do derretimento de geleiras e aumento do nível do mar. O desflorestamento que vem acontecendo de forma contínua também resulta em um desequilíbrio ambiental observado amplamente. Por exemplo, na Amazônia já se constata a presença do lobo-guará, cujo habitat natural é especialmente o Cerrado. Isso é preocupante à medida em que o animal encontra em outro bioma condições de vida similares, decorrentes do processo de savanização da Amazônia.

Paulo Nobre afirma que as mudanças climáticas representam tanto um perigo como uma oportunidade. Observaram-se rupturas importantes decorrentes da emergência climática, como o avanço de uma diplomacia para o clima, que é um reflexo da consciência global para conter a crise. Além disso, verifica-se uma fuga de capital da indústria do petróleo para iniciativas verdes e vê-se a proliferação de soluções tecnológicas para energia e transporte descarbonizados. Para além de decisões governamentais e empresariais, o cientista ressalta que, como cidadãos, também podemos adotar algumas práticas, como privilegiar empreendimentos locais, familiares, orgânicos e/ou veganos. Também destaca o quanto é importante dedicar algum tempo para doar conhecimento à comunidade escolar e vislumbrar, por meio de ações, o futuro que se deseja para as gerações futuras. Por fim, o cientista ressaltou a importância da arte para o ser humano, como um fator catalisador para que a sociedade crie um futuro no qual as mudanças coletivas e ecológicas sejam possíveis.

 

Acesse o Painel de Indicadores de Mudanças Climáticas de Curitiba: https://paineldemudancasclimaticas.org.br/

  

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